ATA DA DÉCIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 02-7-2007.
Aos dois dias do mês de julho do ano de dois mil e
sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e quarenta e cinco minutos foi
realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, DJ Cassiá Gomes, Dr.
Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, Luiz Braz, Marcelo
Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario
Fraga, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Constatada
a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel e Newton Braga Rosa. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 2a Sessão, o Projeto de Resolução
nº 065/07, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do
Legislativo no 124/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib,
Adeli Sell, Carlos Comassetto e pela Vereadora Sofia Cavedon; em 3a
Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 012/07, discutido pelo Vereador João
Antonio Dib. Ainda, o Vereador Márcio Bins Ely manifestou-se durante o período
de Pauta. Às dezesseis horas e dez minutos, a Senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Décima Primeira
Sessão Extraordinária, a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos
pela Vereadora Maria Celeste e pelo Vereador Ervino Besson e secretariados pelo
Vereador Aldacir Oliboni. Do que eu, Aldacir Oliboni, 3º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
pelo Senhor 1º Secretário e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h45min): Havendo
quórum, passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 4127/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 065/07, de autoria da Mesa Diretora, que estabelece o reajuste
remuneratório de 2,25% (dois vírgula vinte e cinco por cento), de forma
parcelada, para os funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras
providências.
PROC.
Nº 4275/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/07, de autoria da Mesa Diretora, que altera o
art. 1º da Lei nº 9.607, de 21 de setembro de 2004, que fixa os subsídios
mensais dos Vereadores de Porto Alegre e a ajuda de custo da Presidência da
Câmara Municipal para a XIV Legislatura, período de 1º de janeiro de 2005 a 31
de dezembro de 2008, e dá outras providências, fixando o subsídio mensal dos
Vereadores para os períodos de 1º de janeiro de 2005 a 30 de junho de 2007 e de
1º de julho de 2007 a 31 de dezembro de 2008, e revoga o art. 3º dessa Lei.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 4078/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 012/07, que reajusta os valores básicos dos
vencimentos, das Funções Gratificadas, dos Cargos em Comissão, das vantagens,
da parcela autônoma de que trata a Lei nº 3.355, de 19 de dezembro de 1969, da
retribuição pecuniária máxima das Assessorias Municipais de que trata a Lei nº
3.996, de 1º de julho de 1975, e alterações posteriores, dos salários e dos
benefícios de aposentadoria e pensão por morte dos servidores do Poder
Executivo Municipal, e dá outras providências.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta,
Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, há em 2ª discussão de Pauta o Projeto de Resolução nº 065/07,
de autoria da Mesa Diretora, que estabelece o reajuste remuneratório de 2,25%,
de forma parcelada, para os funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre e
dá outras providências. A Câmara está fazendo exatamente o que fez a
Prefeitura, e é necessário, portanto, esse Projeto de Resolução. Os servidores
da Câmara ganharão mais 1%, de imediato, a partir de maio; portanto, serão em
maio e junho 2%, e o resto será parcelado.
Também de autoria da Mesa Diretora há a fixação do
subsídio dos Vereadores, e ele está abaixo do da Assembléia Legislativa e
também abaixo do que os servidores da própria Câmara receberam ao longo de
quatro anos - nosso último reajuste foi em fevereiro de 2003.
Há um terceiro Projeto de Lei do Executivo
reajustando “valores básicos dos vencimentos, das Funções Gratificadas, dos
Cargos em Comissão, das vantagens, da parcela autônoma de que trata a Lei nº
3.355, de 19 de novembro de 1969, da retribuição pecuniária máxima das
Assessorias Municipais de que trata a Lei nº 3.996, de 1º de julho de 1975” -
essas assessorias são do Gabinete do Prefeito - “e alterações posteriores, dos
salários e dos benefícios de aposentadoria e pensão por morte dos servidores do
Poder Executivo Municipal e dá outras providências.” Acho que as matérias são
pacíficas, não há por que prolongar a discussão. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver.
João Dib.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Verª Maria
Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, Ver. João Dib, não podemos fugir da
raia: está em debate a questão do reajuste dos Vereadores. Agora, fico
impressionado pois, do dia para a noite, aqui na Câmara, temos pauteiros de
todos os órgãos da imprensa, porque a ação política, a atividade política está
desmoralizada por causa das coisas que acontecem na Câmara alta nesse momento,
que de alta tem pouco; talvez alta presunção de que podem fazer o que quiserem,
inclusive meterem a mão no dinheiro dos outros e ficarem impunes! Não é mais
uma Câmara alta; alta apenas na sua presunção, porque lá, na verdade, tivemos
uma prática de muitas baixarias - como se diz na nossa linguagem comum, vulgar,
mas que diz aquilo que o povo sabe e que o povo entende. Diferente do auê que
foi feito no início do a no, de que iam
aumentar os salários em 90%, e esta Câmara aqui não aumentou os salários, pelo
contrário, esta Câmara aqui, depois de quatro anos e meio, está propondo apenas
um reajuste igual ao dos servidores municipais, sem agregar inclusive aquilo
que os servidores vão ganhar logo ali em seguida, que é o que já ganharam, e
não o que vão ganhar.
Então, que fique muito claro para a população de
Porto Alegre, porque eu já recebi cobranças. Eu as respondo por telefone, na
conversa cara a cara, por endereço eletrônico e desta tribuna, porque aqui nós
fomos vanguarda. Fomos a primeira Câmara municipal que acabou com a
aposentadoria especial; foi também a Câmara que acabou com o pagamento das
reuniões extraordinárias, não paga mais jetom há muitos anos. Há muitos anos
isso acabou aqui! Aqui nós temos, no período de recesso - que agora diminuiu,
nós chegamos a um grande acordo -, reuniões da Comissão Representativa que
neste ano só não funcionou um dia por falta de quórum, o resto do tempo houve
quórum, estiverem aqui os Vereadores, e os que não estavam aqui, eu espero,
estavam na rua em contato com as comunidades. A atividade parlamentar - que fique
claro a quem está assistindo à televisão, Ver. Luiz Braz - não se dá apenas
aqui desta tribuna, a atividade parlamentar se dá, como neste final de semana,
nas vilas e nas comunidades, nas disputas que há nas associações. E, sem dúvida
nenhuma, ninguém aqui é hipócrita de não saber que, quando há uma disputa numa
comunidade, há dois, três lados de disputa, como aconteceu inclusive numa
associação comunitária neste fim de semana. Há lado, sim, as pessoas tomam
posição, as pessoas se pronunciam, as pessoas têm a quem defender ou a quem
criticar.
Portanto, eu fiz questão de vir falar em nome da
minha Bancada - e os meus colegas que se inscreveram vão falar, para colocar
esta e outras tantas questões sobre o assunto chamado reajuste. Eu gostaria que
os pauteiros que aqui acorrem vissem que nós discutimos projetos, Projeto como
meu, que está na Pauta, que discutimos há pouco. Desde o início do ano, não
apenas apresentei como Projeto como também discuti com a municipalidade - eu
sou Vereador Líder da oposição -, eu sentei com os dirigentes das SMAM, com os
dirigentes do DMLU, sem sectarismo para discutir um plano de recolhimento do
óleo de cozinha utilizado para ser reciclado, para fazer - como faz o Colégio
Arami Silva, no Cristal - sabão, para ser utilizado por aquela comunidade. O
óleo de cozinha utilizado pode ser usado para fazer detergente, Verª Sofia
Cavedon, que é professora e sabe o quanto é importante, quanto gasto tem,
quanto a senhora gastava, V. Exª foi Secretária, sabe e controlava o gasto que
se tem com detergente e com sabão para lavar a louça e o restante das coisas no
colégio. E nós podemos fazer isso com óleo de cozinha reciclado.
Portanto, aqui tem uma Câmara que tem Projetos,
aqui tem Vereadores que têm idéias, aqui tem Vereadores que fazem jus aos seus
vencimentos. Se aqui ou em algum outro lugar há um ou outro que não fazem jus,
que eles respondam por si, porque nós respondemos com a nossa dignidade, com a
ética na política, nós temos orgulho do trabalho que aqui realizamos. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas galerias
e pela TVCâmara, senhoras e senhores. Hoje venho a esta tribuna falar nesta 2ª
Sessão de Pauta... Anteriormente já comentei a respeito de três Projetos de
Lei: dois Projetos são de autoria dos Vereadores Adeli Sell e Carlos Comassetto
e envolvem a preservação do meio ambiente, iniciativas, tenho certeza,
importantes para o coletivo da Cidade. E também fiz menção a um Projeto de
minha autoria que tramita em Pauta, prevendo a obrigatoriedade de cadeiras de
rodas motorizadas em supermercados e shopping centers com
metragem maior do que seis mil metros quadrados.
Então, venho a esta tribuna fazer menção a outros
Projetos de Lei que também tramitam. O primeiro deles é um Projeto de Lei de
autoria do Ver. Claudio Sebenelo. Em realidade, o Ver. Sebenelo tem a
preocupação em alterar “o art. 77 da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de
1975, e alterações posteriores, que institui posturas para o Município de Porto
Alegre e dá outras providências, ampliando as ações consideradas como os
maus-tratos aos animais”. Primeiramente, quero cumprimentar o Ver. Claudio
Sebenelo e dizer que temos
acompanhado a maneira cotidiana e ordinária com que ele vem se preocupando com
esse tema. Nós que fazemos parte da Comissão de Saúde e Meio Ambiente
praticamente temos uma reunião por mês, que é organizada por um grupo e que tem
a participação do Vereador, grupo que se utiliza desta Casa para trazer ao
debate questões que dizem respeito a esse tema.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só queria chamar a sua atenção, sem
querer fazer censura, e dizer que, nesta Sessão Extraordinária, estamos
discutindo a questão do reajuste da Câmara Municipal e os Projetos que têm a
ver com os cargos; os outros eram da Sessão anterior. Só para chamar a atenção.
Acho que tudo que V. Exª colocou é muito interessante.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Eu
agradeço V. Exª, eu estive atentamente observando o seu pronunciamento, quando
V. Exª também fez referência ao seu Projeto de Lei que tramita e que diz
respeito, justamente, a questões de meio ambiente. Então, nesse sentido também,
quero dizer que o principal foco do Vereador é a proposta em exame, que define
como maus-tratos se utilizar para trabalho animal os animais cegos, feridos,
enfermos, fracos, extenuados ou desferrados, prender os animais através de
veículos ou atado à cauda de outro.
Srª
Vereadora, uma vez que fugimos ao teor da Pauta, quero me encaminhar para a
conclusão e dizer que, assim que chamarmos a nova Sessão, me inscreverei para,
novamente em Sessão de Pauta, discutir os demais temas. Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores, Vereadoras, senhores,
senhoras e imprensa que nos assiste, falar de aumento ou de reajuste salarial
de Parlamentares é colocar na Pauta, Ver. Haroldo de Souza, uma discussão que é
tão importante quanto discutir salário; é discutir e ter claro para a sociedade
qual é o papel dos Parlamentares e quem trabalha dentro do Parlamento.
Primeiro,
quero dizer que essa discussão tem de ser enfrentada, tem de ser feita, porque,
da maneira como esse tema é divulgado, Ver. Guilherme Barbosa, parece que os 36
Vereadores de Porto Alegre ou os Legisladores, Ver. Elói Guimarães, não fazem
nada. Eu não me incluo nessa lógica que
é vendida para a sociedade. Cada um pode trazer aqui os exemplos das atividades
que são desenvolvidas como Parlamentar. Qual é a primeira discussão que nós
temos em Pauta hoje? A Verª Maria Celeste, juntamente com a Mesa, adotou um
critério para tratar sobre o reajuste desta Casa. Isso tem que ser dito. Qual é
esse critério? É o mesmo percentual do reajuste que o funcionalismo recebeu de
2003 até hoje. Então, é um acúmulo desse reajuste que o funcionalismo recebeu;
acúmulo esse que está sendo proposto para ser repassado aos Vereadores, o qual
é menor que o efeito cascata concedido aos Deputados, cujo percentual é de 75%.
Já que eu estou falando sobre esse tema, eu gostaria
de saber se é divulgado, se a sociedade conhece, por exemplo, um Projeto que
está tramitando nesta Casa que institui o Programa de Apoio à Habitação
Popular. O que é isso? Esse Projeto foi construído juntamente com o Comitê de
Defesa da Habitação Popular dentro da Caixa Econômica Federal, com a
participação de 17 instituições. Nesse um ano e meio, foram realizadas 15
reuniões colegiadas na parte da manhã, à tarde e à noite, visando construir um
projeto como esse, que poderá viabilizar e dar sustentação para que os recursos
da Caixa Econômica Federal, ou do Programa de Habitação e Saneamento do Governo
Federal, cheguem em Porto Alegre com a mesma fluidez que estão chegando aos
outros Municípios gaúchos. Eu não consegui, até hoje, em nenhum veículo, fazer
o debate de um Projeto como esse. Será que tem importância? Esse Projeto, esse
trabalho, por exemplo, é o que nós fazemos aqui pela manhã, à tarde e à noite.
O Ver. Adeli salientou esse assunto muito bem aqui. Todos os dias, eu não chego
em casa antes das 23 horas, pois estou sempre participando de reuniões, de
discussões nas comunidades.
(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O SR. CARLOS COMASSETTO: Nós temos que
dizer isso, Verª Sofia, temos que trazer isso para o debate. Por quê? Porque
nós não precisamos pedir complementações de empresas ou apoios subterrâneos
para desenvolver o papel legislativo. Essa é a diferença. Nós temos que
trabalhar essa agenda, sim, Ver. Luiz Braz, com muita tranqüilidade, mas também
temos que mostrar e demonstrar os trabalhos que desenvolvemos.
Nós acabamos de fazer um relato aqui - eu juntamente
com outros Vereadores - sobre a conquista de uma escola técnica federal de
Porto Alegre na Restinga. O
que significa isso? Tem valor legislativo, tem valor parlamentar, dos colegas
Vereadores? Claro que tem. Isso tem que ser compreendido e valorizado dentro
desse trabalho. E também quando defendemos aqui a agricultura como um todo e a
agricultura ecológica, trabalhando um projeto que venha valorizar esse tema,
trabalhamos a isenção dos impostos em Porto Alegre - e foi aprovado, isso tem
validade. Assim como quando nos reunimos, Ver. Todeschini, Verª Margarete
Moraes e Verª Maria Luiza, com a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos e Segurança Urbana, fazendo Audiência Pública lá na Restinga, no Rubem
Berta e em outras comunidades debatendo, verificando os problemas, buscando a
unificação. E o faremos amanhã à tarde lá na Zona Leste, na Escola Gema Belia,
discutindo todo um conflito existente na comunidade, do projeto da Polícia
Civil, que vai para lá na formação de um quadro, ou que está apontada para ir
para lá, em conflito com a creche da comunidade, com o aumento de escolas, com
a falta de vagas.
Nós
gostaríamos que esses trabalhos que desenvolvemos, diariamente, senhoras e
senhores, pudessem ser demonstrados versus
o que cada um de nós recebe aqui, porque aí nós estaremos fazendo justiça,
realmente, com aqueles Parlamentares que trabalham, e são muitos neste País que
assim o fazem. Agora, aqueles que nada fazem, aqueles que fazem falcatruas, não
podem pautar o nosso trabalho - o trabalho daqueles que são honestos, que são
dignos e apresentam soluções políticas, política com “P” maior. É importante
dizermos isso neste momento, porque parece que o reajuste salarial é um ganho
fácil, que isso não é merecido por aqueles que trabalham.
Srª
Presidenta, muito obrigado e parabéns pela condução, por criar critérios, ou
seja, o mesmo reajuste dos demais funcionários públicos municipais. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. Comassetto.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, sobre o tema do reajuste, eu
quero fazer uma observação que o Deputado Raul Pont fez há pouco no lançamento
da Frente Parlamentar, ou do diálogo que a Frente Parlamentar da Assembléia
veio fazer com a Câmara de Porto Alegre. Ele disse que nós e a Assembléia
Legislativa estávamos de parabéns, pois somos a única Capital e o único Estado
do País que não fizeram o reajuste automático, de cascata com a Câmara Federal.
Essa é uma das questões que eu acho importante nós enxergarmos.
De
fato, a veemência com que meus colegas falam aqui expressa a indignação de quem
considera que trabalha bem, mas eu acho que a população, Ver. Carlos
Comassetto, está muito injuriada com os Parlamentos de forma geral, e nós
acabamos recebendo os resquícios disso. Eu temo que a gente, ao invés de
melhorar, tenha piorado com os últimos episódios. Eu quero me referir aqui às
nebulosas situações em torno de Renan Calheiros, acho que o Senado tem feito
uma triste figura para a população deste País...
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) A senhora usou uma expressão
que talvez nós precisemos redirecionar; a senhora disse: “Nós contribuímos com
os últimos episódios...” Nós, não; alguns que não somos nós!
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Tudo
bem! Nós, os Parlamentares.
O
Sr. Carlos Comassetto: É,
mas alguns que não somos nós!
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Tudo
bem, estão ressalvados, Ver. Comassetto, os nós que não somos nós. Eu acho
inclusive que o meu Partido, Ver. Comassetto, no caso do Senado, não está se
comportando como a nossa sociedade espera, como o conjunto dos Partidos do
Senado, porque o Presidente do Senado, envolvido em corrupção, sim, deveria
ser, sim, punido e averiguado, e seu processo está para ser engavetado, sem
nenhuma averiguação. Eu me envergonho disso! Acho que a população brasileira
está enojada dessas questões!
E
também eu estou indignada com a Reforma Política, que não saiu. Já disse muitas
vezes aqui que nós temos que dar uma resposta à população brasileira, não
adianta só fazermos ações, Ver. Comassetto, e quero aqui dizer que a criação da
escola técnica vale uma vida. Eu acho que essa ação que tu lideraste vale uma
vida, porque, por muitos jovens, nós poderíamos ir para casa dormir! Só que nós
temos uma responsabilidade com este País dessa enorme desigualdade social de
fazer algumas ações que valham mudanças para as gerações e apresentem esperança
para o povo brasileiro. E o sistema político brasileiro é deformativo da
vontade do povo; o sistema político brasileiro corrompeu políticos, Partidos,
como o meu Partido, que sofreu isso. E nós não aprendemos que precisamos mexer
nesse sistema para blindar o poder econômico em cima dos mandados, porque é
isso, infelizmente, o mandato, independente de Partido, o mandato que capta
recursos individualmente, que não presta contas de que tipo de compromisso
assume ao buscar financiamento privado da sua campanha, isso não serve para uma
democracia, está provado e comprovado neste País.
E
o Congresso Federal deixou de apontar algum caminho para moralizar a
representação política que este sofrido povo brasileiro vota de dois em dois
anos. É isso que eu acho que é duro, e não é um percentual de salário que eles
nos cobram, eles nos cobram isso, e eu me sinto cobrada como Vereadora desta
Capital, por mais que eu também ache que muitas ações que nós fazemos são muito
importantes, mas nós, como Vereadores, como Deputados, como Senadores, estamos
devendo ao povo brasileiro um novo patamar de dignidade. Nós estamos vivendo
uma barbárie na questão da violência, e isso é fruto da profunda desigualdade
social neste País e é fruto da impunidade. E o Sr. Renan Calheiros pagando, só
de pensão para a amante, 7 mil reais, por uma empresa...! Ora, de graça não é!
E essa impunidade libera todo mundo para matar, para ser bárbaro. Então eu acho
que nós temos que dar outras respostas, e é sério isso, é muito sério.
Quero
aqui terminar dizendo que fiquei muito emocionada na sexta-feira, quando a
UFRGS assumiu as cotas na Universidade, porque é uma sinalização para romper
com essas barreiras que estratificam a sociedade, que continuam segregando,
porque a segregação neste País transforma as pessoas em bandidos, e a
segregação neste País faz com que jovens brancos de classe média achem que têm
de bater. É por medo, medo! Porque eles não conhecem e porque o pobre e o negro
estão segregados. Acho que a UFRGS fez muito bem: nota 10! Diferente do que
ouvi na Band (rádio) hoje de manhã. Dou nota dez! Com essas ações é que vamos
mudar a sociedade, é que vamos, de fato, aí, sim, estar representando
dignamente este povo brasileiro.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrada
a discussão da Pauta.
Convoco
os Srs. Vereadores para a 11ª Sessão Extraordinária, 3ª Sessão de Pauta. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h10min.)
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